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quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Mudanças de pressão na cabine de aviões durante o vôo podem desregular as bombas de insulina

     A utilização das bombas de insulina por pacientes diabéticos (principalmente pacientes com Diabetes Mellitus típo 1) tem se tornado cada vez mais frequente. Este tratamento permite uma maior flexibilidade quanto aos horários das refeições e um melhor controle glicêmico pela grande precisão que estes dispositívos apresentam. Porém, tal precisão parece ser afetada por variações pressóricas como as que ocorrem em viagens aéreas, segundo um novo artigo publicado na revista Diabetes Care, na edição de Agosto de 2011.

     Após o relato de uma paciente de 10 anos de idade com Diabetes tipo 1 que apresentou grande queda da glicemia durante um vôo 1 hora após a sua decolagem, o Dr. Bruce King e seus assistentes do John Hunter Children's Hospital, de Newcastle (Austrália), descobriram vários outros relatos semelhantes em diabéticos durante viagens aéreas.

     Para investigar o funcionamento das bombas de insulina durante variações pressóricas, estes investigadores submeteram 10 pacientes diabéticos tipo 1 em tratamento com bomba de insulina a vôos aéreos e observaram que durante a decolagem, em decorrência da queda pressórica, a infusão de insulina era 1 a 1,4 UI maior do que a programada na bomba. Em contrapartida, durante a aterrisagem, pelo aumento da pressão, ocorreu uma diminuição da ordem de mais de 1 UI da infusão de insulina. Durante altitude de cruzeiro parece não haver alteração na infusão da insulina.

     Essa variação da dose de insulina infundida geralmente não causaria uma repercussão clínica significativa em paciente adultos em uso de altas doses de insulina, porém em crianças e pacientes com uma sensibilidade aumentada à insulina essa pequena variação pode sim trazer repercussões.

     Os investigadores, baseados nos dados obtidos, sugerem que os pacientes diabéticos em uso de bomba de insulina devam desligar a bomba antes da decolagem e religarem apenas quando a altitude do vôo estiver estabilizada após uma cuidadosa retirada das bolhas que possam aparecer no sistema. A bomba pode ficar ligada até o momento da aterrisagem, quando a bomba novamente deve ser desligada até o avião estar em solo.

     Se você faz uso da bomba de insulina, converse com seu médico em caso de viagem para avaliar a necessidade ou não de realizar essas medidas preventivas.